Rendimento: 4 porções
Tempo de Preparo: 30 minutos para preparar + 3 horas no fogo
Ingredientes:
Tempero da Carne:
Molho:
Modo de Fazer:
Tempere o ossobuco com o sal, a pimenta do reino e o vinagre. Envolva com a farinha. Em uma panela, e em fogo alto, coloque a manteiga e em seguida, jogue o ossobuco e sele dos dois lados. Retire do fogo e reserve. Nesta mesma manteiga e panela, jogue o alho e a cebola. Espere dourar. Coloque o salsão, a erva doce, a cenoura e o vinho. Jogue o ossobuco novamente de volta na panela. Deixe em fogo médio por duas horas. A cada 30 minutos você vira o ossobuco e coloca um pouquinho de caldo de legumes, para que o molho não seque (se secar muito e o caldo de legumes não for o suficiente, coloque água mesmo). Quando passar 2 horas, jogue o bouquet garni dentro e as batatas. Espere mais uma hora e sirva.
Nota: Eu peneirei o molho no final, para ficar com uma textura mais bonita. Mas você pode escolher como deseja servir o seu prato. E utilizei a cenourinha para dar um acabamento mais simpático.
Dr. Hannibal cozinhando:
Euzinha aqui cozinhando:
Calma. Tudo não passa de uma brincadeira. De gente gulosa. Deixa eu te explicar.
Meu primeiro videozinho ensinando a cozinhar foi em 2011. Meu marido me filmava (ao mesmo tempo que me ensinava a cozinhar) e a gente ia nos nossos restaurantes prediletos de São Paulo, e tentava reproduzir os pratos em casa (até que ficavam bem bons, viu?). Parêntese. Meu marido tem um dom extraordinário de adivinhar os ingredientes dos pratos que ele come. Fecha parêntese. Nesta época eu já me arriscava algumas vezes na cozinha. Desajeitada sim, mas sem nunca perder a ternura! Mas nunca fui aquela cozinheira de mão cheia, sabe? Ainda mais que meu marido é o gênio das panelas, fica difícil competir, viu? E desde esta fase que a gente começou a fazer vídeo juntos e ele se tornar meu grande professor na cozinha, eu decidi que isso tinha se tornado quase uma questão de honra para mim. Aprender a cozinhar de verdade. Com prazer. E com disposição para aprender sempre mais e mais. E aprendi que cozinhar e coçar, é só começar!
Mas daí um dia cansei de fazer videozinhos de receitas. Porque é bem trabalhoso. Só nunca deixei de fazer minhas receitinhas e meus testes em casa, sempre com o crítico gastronômico mais exigente do mundo morando comigo. “Isso tá bom. Isso tem que melhorar. Bom, a gente vai jantar mesmo isso hoje?”Até que um tempo atrás, ele soltou uma frase que até estranhei: “Nossa, você aprendeu a cozinhar de verdade”. Dei um tempo de um ano e meio para os vídeos culinários e mergulhei em alguns vídeos de décor e videozinhos dando dicas do que fazer no final de semana, eis que a vontade de cozinhar para as câmeras voltou com tudo.
E a ideia surgiu assistindo a um seriado que estamos absolutamente viciados: Hannibal. Que é a história de um psicanalista muito conceituado, que trata de funcionários do FBI que trabalham na área criminal, na busca de psicopatas. E claro, o Dr. Hannibal é um canibal de mão cheia. E ninguém sabe disso. Paralelamente, ele é super requintado e tem um gosto culinário afinadíssimo e faz jantares incríveis para os seus convidados. E todo mundo paga pau para a comida dele. Mas ninguém sabe que ele cozinha partes de… seres humanos! As apresentações dos pratos são belíssimas, toda vez que assisto fico morrendo de vontade de provar os pratos (considerando claro, que na realidade, é tudo feito com carne de animais, bom lembrar, neah?). E daí surgiu a ideia de… cozinhar os pratos com inspiração na apresentação dos pratos do Dr. Hannibal Lecter.
Uma semana depois, já estávamos eu e meu marido pesquisando os pratos (ele está me filmando e me ajudando a cozinhar, viu? viu?) e tentando adivinhar exatamente qual parte do animal que eles utilizaram para fazer as cenas. Simples assim. Você deve estar se perguntando, mas gente, a Isa enlouqueceu? Mas que bizarrice. Pensa bem. Se a gente for parar para analisar, quer coisa mais estranha que comer a perna de um boi? Ou o coração de uma galinha? Ou a barriga de um porco? Alguns índios, por exemplo, comiam carnes humanas, como ritual e uma forma de adquirir os poderes dos inimigos, sabia? E mais pra frente, Oswald de Andrade se apoderou desta experiência e transformou esta antropofagia, em doutrina estética, social e política com o “Manifesto Antropofágico” de 1922, que tinha uma forte necessidade de resgatar a cultura do nosso próprio país.
Que aliás, se eu for por esta linha, de resgatar o que me é de raiz, eu não comeria nada além de boi, porco e galinha caipira. Bem, não quero entrar em terrenos polêmicos, ok? Só quero mesmo me divertir e comer bem. Aliás, você vai reparar que se trata de um thriller psicológico. E eu amo tudo que é relacionado a análise, divã e comportamento das pessoas (em algum momento eu devo ter me identificado com as sombras de alguns dos personagens. Ui.). Caso você nunca tenha assistido ao seriado, eu te convido a dar uma chance a pelo menos três episódios. Não vou te enganar. É um thriller violentíssimo. Mas quem nunca se viu grudada na televisão, em meados de 90, para assistir ao longa O Silêncio dos Inocentes? Se você gosta de comer, eu duvido que você não fique impressionado com o talento e a criatividade do Dr. Hannibal. Agora chega de bla bla bla e vem ver o primeiro prato da minha série que intitulei ESPECIAL CARNES BY ISA MAIOLINO: Ossobuco ao vinho com batata doce. Ficou divino. Vem comigo colocar um pouco mais de boa comida na sua vida. Por que não?