Mais um post da minha série Normandia e Bretanha, a viagem que fiz com meu marido por 13 dias. É a terra que foi invadida pelos vickings, pelos ingleses na guerra dos cem anos, pelos alemães na segunda guerra… A terra da cidra, dos crepes e das maçãs mais doces do mundo. Bem, hoje vou falar de Étretat. Depois que dormimos 3 noites em Rouen e passamos o dia em Giverny, decidimos dormir duas noites em Étretat, que aliás, foi meu único pedido para o meu marido: “eu quero passar o dia do meu aniversário naquela cidade que tem as falésias.” O pedido foi atendido e lá fomos nós. A cidade é linda de morrer mas percebi uma coisa: quase ninguém dorme ali, as pessoas passam o dia. E entendi a razão, é que os hotéis são bem caros (por esta razão ficamos somente duas noites, mas temos uma regra em viagem longa, jamais ficar menos de 3 noites em uma lugar para não ficar uma viagem cansativa). A cidade é bem pequena, tem poucos restaurantes bons, tem um centrinho charmoso, com várias construções da época medieval, como o hotel que ficamos, um sobrado do século 14. Eu levei um biquíni lindo e novo, que comprei especialmente para esta viagem e este foi o primeiro dia que fiz a estreia do meu modelito verão europeu: “vamos passar o dia na praia mais linda da Normandia?” Peguei um livro e nos deitamos ali nas pedras (a praia é de pedras grandes) e fiquei no sol por 30 minutos até bater um vento gelado e eu colocar a blusa de volta. Foi só um vento, pensei, pois o céu estava azul e radiante, mas, estava por volta de 22 graus, e muita gente na água, parecia não se importar com o vento gelado. Mas é verão, pensei. Mas estamos no mar da mancha, pensei. Aquele mesmo mar da Inglaterra. Que tem inverno quase o ano todo. Pensei. Não sei se o verão nesta região é sempre contido assim, mas nesta época que fui (final de agosto) estava frio (temperatura entre 14 e uns 22 graus). Só sei que virei para o meu marido e falei: “vamos nos conformar, não estamos no Nordeste”. Nos levantamos e fomos passear em Honfleur, uma cidade bem, bem charmosa, pertinho de Étretat. E o biquíni novo e lindo voltou para a mala e só saiu no Brasil, na hora de colocar para lavar. Mas, a cidade é linda de morrer sim e eu me emocionei sim ao ver esse monte de falésias. Me lembrou demais Rhodes (Grécia) e Bonifácio (Córsega). Vem sentir a beleza aqui nas fotinhos:
Eis o centrinho e meu hotel é neste prédio da época medieval
Dois restaurantes valeram a pena conhecer em Étretat, vem ver:
Restaurante Le Cours D’eau
É o tipo de restaurante que eu adoro frequentar: o marido cozinha e a esposa atende todas as mesas. Sim, me dei ao trabalho de contar (10 mesas no restaurante) e ela atendia todo mundo so-zi-nha. Isso é tão, mas tão comum na França, no começo, a gente fica angustiado com a demora no atendimento nos restaurante familiares (que são muitos), mas depois de um tempo a gente começa a entender a beleza disso e as conseqüências: sem garçons, sem contas bizarras para pagar, porém, com comida de ótima qualidade. Se aqui no Brasil a gente entrasse nesta onda de saber esperar e valorizar mais a comida e menos os serviços, talvez a gente tivesse mais opções com preços honestos, ainda mais em tempos de crise. A esposa do chef me contou que eles abriram as portas deste restaurante há muito pouco tempo. Foi uma ótima descoberta.
De entradinha, eles ofereceram uma mousse de foie gras
Filé grelhado acompanhado de molho de foie gras e purê de batatas
Bacalhau grelhado com polenta cremosa e ratatouille, estava muito bom
Tarte tatin com uma apresentação espetaculosa: estava bem gostoso
Mil-folhas dos deuses: repara nas bolinhas da baunilha de verdade!
Restaurante Le Galilon
O restaurante fica em uma casa do século 14 e já foi citado no Guia Michelin: “Cozinha simples e generosa, feita com ingredientes frescos”. Foi onde escolhemos para passar a noite do meu aniversário, é um lugar bonito com ótimo atendimento. Fica a uma distância de 50 metros da praia.
Vários restaurantes mais chiquetosos (dos mais chiquetosos que fomos nesta viagem e que não foram muitos) costumavam oferecer este tipo de entradinha
Dos 28 dias de viagem, eu devo ter comido 25 dias de queijo chèvre, tamanha a minha obsessão! Esta salada queijo chèvre à milanesa estava um espetáculo
Outra coisa que me chamou bastante atenção nos restôs mais chiquetosos que fomos: por mais que eu pedisse um prato diferente do meu marido, vinha o mesmo acompanhamento. Estranhei, mas depois percebi que era algo como “oferecemos os legumes da estação para o menu do dia de hoje”
Este daí é um clássico francês: entrecôte. Estava bem saboroso
Coulis de frutas da estação com sorvete de baunilha: tipo “uau” sabe?
O icônico crème brûlée estava como deveria estar, adorei este restô!